tag:blogger.com,1999:blog-10114027848282382962024-03-12T16:54:29.889-07:00NEOAQUATICONOs caminhos neotropicais da água no Brasil e seus aspectos ecológicos, econômicos e sociais.Unknownnoreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-43002407474307033502015-03-23T16:04:00.000-07:002015-03-23T16:04:05.284-07:00Vai faltar água no planeta oceano?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-3lpzq2MuxrM/VRCasjLtTxI/AAAAAAAAA_8/y_lW5Ce1ye0/s1600/earth_pequeno.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-3lpzq2MuxrM/VRCasjLtTxI/AAAAAAAAA_8/y_lW5Ce1ye0/s1600/earth_pequeno.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Colaborador Roberto Rocha</span></div>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span>
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Estão dizendo por aí que a água é um recurso escasso! Será mesmo? Eu entendo que se fosse escasso mesmo não haveria como irrigar milhões de toneladas de soja anualmente e nem como alimentar milhões de animais exóticos para abate criados no Brasil. Se houvesse mesmo escassez de água não produziríamos milhões e milhões de litros de refrigerantes regularmente; se houvesse mesmo escassez de água a indústria ficaria paralizada. Se houvesse mesmo escassez de água todas as formas de vida da Terra não sobreviveriam porque seus corpos são constituídos de, pelo menos, 70 % de água. Se houvesse mesmo escassez de água os oceanos estariam secos. As bacias hidrográficas não existiriam. A umidade do ar desapareceria. Os rios voadores não existiriam. O que ocorre realmente é uma apropriação irresponsável desse recurso em nome de um PIB gordo e de interesses particulares altamente lucrativos. Não existe uma política séria no país que considere prioritária a conservação da "água para todos" e não para somente os humanos. As florestas são desrespeitadas. As matas ciliares estão cade vez mais raras, e isso pode ser comprovado em qualquer imagem de satélite menos potente. Pode ser comprovado voando pelo Brasil Central e arredores. O Cerrado é a caixa dágua do Brasil e já está sendo arruinado pelo interesses eco-nômicos, mas não eco-lógicos. O cerrado já é - vergonhosamente - um dos 34 HOTSPOTS do planeta. Isso quer dizer que nós estamos sendo - já há muito tempo - incompetentes para lidar com os nossos próprios recursos. Nós não temos escassez! O que temos é uma "apropriação" desse recurso por grupos de poder; por desmatamento irresponsavel das matas ciliares que não conseguem proteger nada; pela impermeabilização das cidades que não permitem que a água retorne para os lençóis freáticos, porque são escoadas rapidamente de volta para o mar, sem alimentar os afluentes dos rios principais. Temos ainda a agravante da perda de sedimentos e empobrecimento do solo através de processos erosivos. Se houvesse escassez mesmo, nós não teríamos o luxo de desperdiçar quase a metade dela ao ser distribuída nas cidades. Nosso planeta deveria ser chamado de PLANETA ÁGUA porque o que mais temos no mundo é água! Ou será que essa água toda está em Marte? Ou será que desconhecem que boa parte da água doce vem dos oceanos em seu grande ciclo hidrológico? Nós não temos que economizar (o próprio "economizar" sugere algo ligado aos interesses econômicos). Nós precisamos sim entender que a água é necessária para os "serviços dos ecossistemas" e que interessa a "todos" os seres vivos da Terra e não somente para criaturas humanas. Tudo está ligado! O que precisamos é respeitar a flora e a fauna nativas como fazendo parte desse sistema hidrológico complexo que não depende de barragens somente. Esses organismos precisam de água tanto quanto nós! E são eles que garantem o funcionamento dos sistemas! Sem os serviços dos ecossistemas nós teremos astronômicos prejuízos nos próximos anos. Imagine os polinizadores morrendo de sede! Como será que vamos fecundar as plantas? Vamos contratar mão de obra especializada? Nós já deveríamos ter iniciado o processo de restauração ecológica na década de 70! Estamos 45 anos atrasados! Ou será que vamos esperar até 2050?</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-18895011185815380872015-02-14T10:59:00.000-08:002015-02-14T10:59:14.933-08:00Os ciclos da água<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #414042; line-height: 22.8000011444092px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Colaborador Roberto Rocha</span></span></div>
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<span style="background-color: white; color: #414042; line-height: 22.8000011444092px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
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<span style="background-color: white; color: #414042; line-height: 22.8000011444092px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Existem dois tipos de ciclo da água: o pequeno ciclo geoquímico onde a água é retirada, por exemplo, dos oceanos e retorna a ele sem chegar ao continente e nem integrar nenhum ser vivo. O segundo tipo é o ciclo biogeoquímico onde a água chega até o continente e por diversos caminhos “penetra” nos organismos (mata a sede de microorganismos, fungos, plantas e bichos) assim como penetra em nós quando bebemos água. À medida que os seres morrem eles devolvem a água que acumularam em seus corpos. Nós também somos pequenos reservatórios de água (70% do nosso corpo é água). A diferença é que se nós temos que esperar mais de 70 anos para devolver a água corpórea que liberamos na morte, existem microorganismos que vivem apenas alguns dias e liberam essa água também da mesma forma que nós. Imagine alguns bilhões (eu disse bilhões!) de criaturas microscópicas armazenando água no solo e na serrapilheira (chão da floresta)? Já viu uma praia? Voce pode imaginar que ela é constituída de pequeníssimos grãos de areia? No entanto ela se estende por quilômetros e quilômetros! Será que os “pensadores” de soluções para a crise hídrica levam esses dados em consideração? Dessa forma, a biota – conjunto de organismo de uma determinada região – é fundamental para “segurar” a água e evitar que ela volte rapidamente (como sempre faz) para os oceanos, passando primeiro pelos rios e demais caminhos de retorno. Se desejarmos resolver a questão da crise hídrica atuando somente em pequenos pontos dos ciclos (barragens) nós não teremos uma solução eficiente e eficaz. O ciclo da água é estudado em ciências nas escolas mas parece que não é apresentado com a devida relevância e os alunos apenas decoram a lição para “passar de ano” sem conectar o fato à sua própria vida e a de outras criaturas não humanas. A educação ambiental deve prencher esta lacuna de sobrevivência coletiva para que os futuros políticos, prefeitos, governadores e demais representantes públicos percebam a importância dessas lições ecológicas e passem a valorizar as opiniões de especialistas que tratam da vida e dos serviços ecossistêmicos não apenas da água como se ela só existisse num copo, numa lata ou numa caixa; seja de vidro, de barro ou de concreto…</span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-41380669036915262812015-01-23T16:14:00.000-08:002015-01-26T02:54:07.693-08:00O óbvio ululante<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">Colaborador Roberto Rocha</span></div>
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<span style="font-size: large;">As questões ambientais não são somente ambientais. Elas são sociais e econômicas também. Tudo está ligado. Ocorre que só percebemos esta dependência quando sentimos essa realidade na nossa pele, no nosso bolso, na nossa casa, na nossa rua, no nosso trabalho, entre outros. Será que vai faltar água? Será que vai faltar energia elétrica? Só valorizamos aquilo que precisamos e que nos falta na hora de nosso interesse consumista. Fora isso, vamos "empurrando com a barriga". Nossa visão apertada entre antolhos não permite ver o entorno das dependências ecossistêmicas. Fico pensando que enquanto todo mundo fala do excesso de CO2 na atmosfera, esquecem do vapor dágua, muito mais relevante para afetar as condições climáticas. A perda de biodiversidade deveria ser nossa maior preocupação, aliada à conservação da água. Quando se fala de água devemos falar de reservatórios naturais - as florestas - sem desmerecer qualquer outro sistema importante. Mas insisto nas florestas porque elas não garantem apenas uma boa cota hídrica que flue aos poucos para os rios. Elas são a morada de milhões de criaturas que enriquecem o solo e garantem o ciclo vital de cada uma delas. Nos oferecem a umidade e a sombra que ameniza o calor sufocante das cidades de concreto e ferro. Lamentavelmente, seus espaços estão sendo impermemabilizados e ocupados com equipamentos destinados aos humanos, exclusivamente. As cidades são grandes piscinas a ceu aberto. A água não consegue mais se infiltrar no solo. Alaga as residências, interrompe o trânsito, mata pessoas e animais. Também me preocupa o aquecimento dos oceanos e a pesca predatória porque essas nudanças trarão consequencias extremas para a nossa espécie. A questão primordial não está apenas na atmosfera, está na interação com os oceanos, está relacionado às correntes quentes e frias. Os oceanos atuam como reguladores térmicos da Terra. Embora seja, processos mais lentos que aqueles percebidos no ar, eles são tremendamente relevantes. Nessa altura do campeonato os governos deveriam estar dando atenção máxima aos oceanos. Formando especialistas em oceanologia. Mas quem está fazendo isso com seriedade? Quem criou a vida na Terra foram os organismos! E nós estamos centrando nossas atenções na atmosfera. Será que nós estamos equivocados? A quem interessa esse movimento internacional para valorizar o aquecimento global? O planeta já passou por várias alterações em suas composições químicas no passado. e passará por outras no futuro. As mudanças climáticas não são nenhuma novidade na história de Gaia. O que temos de novo é que agora estamos aqui para assistir e fazer parte do jogo. Nos primeiros jogos nós nem existíamos como "gente". Será mesmo que somos tão relevantes com nossas atividades e avanços tecnológicos a ponto de mudar toda uma estrutura planetária que nunca foi estável? É verdade sim - e isso está confirmado; e não precisamos de nenhum painel especializado - que a nossa biodiversidade está sendo desrespeitada e eliminada. Com certeza os serviços ecossistêmicos já estão afetados por conta dessa hecatombe biológica. Esse tema é que deveria estar nas nossas discussões atuais. Os jovens conhecem os nomes do principais jogos eletrônicos mas não sabem identificar os animais e plantas nativas do seu país. A ignorância ecológica é astronômica! Estamos cada vez mais emparedados e não dá para ver o Sol entre os corredores das avenidas principais. Nem mesmo olhamos para o alto. Olhamos para as vitrines, para os bares, os restaurantes e outros componentes artificiais. Estamos nos afastando da relação com a vida, com o que se move, Até para falar está difícil porque nós usamos o celular e os dedos. Ficamos horas concentrados nas telinhas coloridas! Estão nos transformando em bonecos automatizados e obedientes aos sistemas consumistas. A propaganda que o diga! Será que estamos ficando insensíveis ao óbvio ululante? Triste, reconhecer isso. Que futuro podemos esperar? </span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-4226642407016224382012-01-08T04:53:00.000-08:002012-01-08T05:27:48.751-08:00Palafitas: uma solução pré-histórica para questões contemporâneas do século XXI.<br />
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/-qTa-O6BpZzQ/TwmN2YgtnHI/AAAAAAAAAaI/ZL52P2RjUQQ/s1600/Palafita.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" rea="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-qTa-O6BpZzQ/TwmN2YgtnHI/AAAAAAAAAaI/ZL52P2RjUQQ/s400/Palafita.bmp" width="400" /></a></div>
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Colaborador: Roberto Rocha</div>
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O homem sabido contemporâneo do século XXI , é o mesmo hominídeo – <i>Homo sapiens</i> - que vivia no período Neolítico, na pré-história. Mesmo sem contar com a NASA ou com o INPE, ele já sabia que para continuar vivendo no mesmo lugar de sempre, teria que aprender a conviver com os movimentos das águas de cima (grandes chuvas) e das águas de baixo (enchentes, alagamentos etc). Se nós não somos seres aquáticos, isso quer dizer que não há possibilidade de sobreviver “dentro” d'água. Precisamos ficar longe dela, bebendo um copo ou outro, de vez em quando. Tomando banho ou lavando as nossas roupas. Nessas oportunidades precisamos estar em contato íntimo com a água. Isto é, somos nós que escolhemos o momento que desejamos essa intimidade. Não é o que ocorre com as chuvas de verão, porque elas destroem e danificam tudo que estiver em sua frente. Preste atenção na frase: <b>tudo que estiver em sua frente. </b><span style="font-weight: normal;">Mas vem a pergunta: e se não houver nada na frente para destruir? Então ela passa tranquilamente; vai até onde a bacia permite, e depois retorna para o seu leito original. No entanto, as águas encontram pontes, casas, estradas, barragens, tudo obstruindo seus caminhos naturais. Para onde ir? É lógico e óbvio que dependendo da forças em luta – as do concreto e ferragens e o peso e velocidade das águas – alguma coisa vai ficar e alguma coisa vai sair. Os rios foram desenhados com meandros, isto é, fazendo curvas, para minorar a velocidade das águas. O que fazemos: procuramos retificá-los, abrindo retas e concretando suas margens. O que vai acontecer: sem curvas e sem obstáculos (árvores, raízes, barrancos) ela - a água - ganha uma velocidade incrível, buscando o oceano. A rapidez das enormes massas hídricas arranca com maior facilidade o que estiver pela frente: “água mole em pedra dura...”. Mas o homem pré-histórico já sabia de tudo isso, mesmo sem ter frequentado uma universidade. A cultura dos seus antepassados – diga-se de passagem, com alguns milhares de anos - depois de muitas mortes, muitas chuvas e muitas enchentes, apresentava uma solução simples: as palafitas. A resistência de um pilar e muito menor do que a de uma parede. Coloque um lápis em pé num corrente de água e veja o que acontece. Depois coloque um caderno deitado no meio da corrente. Compare as duas coisas. Em que situação você acha que houve maior resistência? Então vem nova pergunta: por que não construímos casas e blocos de apartamentos sobre pilotis nas áreas mais ou menos próximas dos rios? Veja bem, eu disse, mais ou menos próximas! As margens dos rios não devem ser ocupadas por nenhum tipo de construção. Apenas a mata ciliar, que é específica para essas áreas. Resistem melhor às cheias e fornecem abrigo e alimento para a fauna que a frequenta. Infelizmente em vez de aumentar as áreas de matas ciliares, elas estão sendo cada vez mais reduzidas. Um verdadeiro absurdo e um crime previsto na legislação. O lucro alegado pela ocupação das margens dos rios, especialmente pela agricultura e pela pecuária, vão desarticular todo um sistema complexo de proteção das bordas, assoreando o rio e eliminando as possibilidades para que outras plantas sobrevivam ou que outros animais possam viver ali. Além da perda de biodiversidade, os rios cheios de terra forçam as águas a ocupar vastas áreas da bacia hidrográfica. Vidas humanas são perdidas, animais morrem afogados, plantações são inundadas, móveis são arrastados e inutilizados, equipamentos elétricos ficam danificados, documentos são extraviados, memórias são perdidas. Os prejuízos são astronômicos. A população reclama, os prefeitos reclamam, mas a cada ano o cenário se repete. Alarmes são instalados na tentativa de evitar mortes, mas não resolvem a questão principal. Falta uma cultura que valorize a natureza não como algo belo somente. Trata-se de uma questão econômica. Milhões e milhões em dinheiro são perdidos, a cada ano, por desrespeitarmos as normas da natureza. Concretar rios, calçadas e estradas, só aumentam a impermeabilidade do solo e fazem com que as águas se acumulem cada vez mais. Porque as estradas não são porosas? Se somarmos a isso, uma nova realidade, que é o aquecimento global, teremos um quadro caótico e desastroso. Dragagens são soluções paliativas. A solução principal está na proteção das margens com suas matas originais, um bom planejamento e controle da ocupação do solo, educação, fixação do homem no interior, fiscalização e punição rigorosas para quem desrespeita a vida dela mesma e a vida dos outros. As palafitas podem ser uma solução, devidamente planejadas, situadas em áreas sujeitas a alagamento, mas não nas margens dos rios. As partes baixas podem ser usadas para outras atividades, esportes, oficinas de arte e outras atividades. Nada super-construído. Tudo muito simples e fácil de transportar numa emergência. Mesmo que numa nova enchente elas sejam perdidas, não representarão prejuízos tão severos. Trabalhar com escalas menores quer dizer menos problemas. Perder uma horta não é o mesmo que perder 1000 hectares de qualquer plantio. Áreas muito inclinadas também não podem ser ocupadas porque elas, mais cedo ou mais tarde, podem desabar e levar consigo toda uma economia de um município. Basta voce olhar as grandes pedras (matacões) que estão nas margens dos rios para saber que ali aconteceu alguma coisa desastrosa, num passado não muito distante. Vales íngremes devem servir para a prática do turismo, fotografias, lazer, unidades de conservação, mas nunca de moradias permanentes. Para não ser tão radical, quem sabe também imitar o homem-da-caverna, isto é, aquele que vivia em tocas, nas partes mais altas. Quem sabe além dos buracos naturais, poderíamos "cavar" dentro das rochas e morar lá dentro, deixando tudo lá fora como a natureza gosta? Ao que parece, o </span><i><span style="font-weight: normal;">Homo sapiens neoliticus</span></i><span style="font-weight: normal;"> sabia lidar melhor com os desastres do que o </span><i><span style="font-weight: normal;">Homo sapiens universitarius</span></i><span style="font-weight: normal;">. É verdade que não tínhamos megalópolis e nem tanta gente. Mas não estou criticando a ciência que tanto amo; estou sentindo a falta de uma visão mais ampla e sensata que inclua a natureza como nossa parceira, para que com todo o conhecimento que temos atualmente, possamos celebrar o casamento perfeito, unindo serviços dos ecossistemas, bom senso, conhecimento científico, negócios e felicidade. Ugh! Ugh! Mim, homem da caverna e das serras! Ele, homem da palafita e das baixadas! E você, será um homem cavernoso...</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-60874262584772412862011-07-10T06:47:00.000-07:002011-07-10T08:04:24.184-07:00Das permeabilidades físicas, das estratégias biológicas, das culturas engessadas e das questões urbanas contemporâneas.<div style="text-align: center;">Colaborador Roberto Rocha</div><div align="center" style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">As enchentes e alagamentos costumam infernizar a vida de qualquer urbano, seja o transeunte comum, seja o comerciante, seja o cão, o gato, ou qualquer outra criatura bípede voadora ( o pardal exótico, o pombo exótico). Soluções tecnológicas têm sido testadas para controlar esses fenômenos ditos "inconvenientes", mas todas dependem de mecanismos de controle manual ou eletrônico. Imagine faltar energia elétrica, justamente nessa hora, para acionar as máquinas e sistemas programados! A questão é que os humanos resolveram concretar, cimentar e impermeabilizar tudo que possa ser naturalmente poroso. Poroso quer dizer "cheio de poros", ou melhor cheio de "caminhos" ou microtubos, por onde pode circular a água, os gases e a vida. O solo - a camada mais superficial - é um sistema complexo, com elementos bióticos e abióticos em interação permanente. No entanto, essa riqueza de relações depende, fundamentalmente, da presença de organismos vivos e seus cadáveres (ricos em nutrientes). Muitos deles são microscópicos e não podem ser vistos a olho nú, mas são bilhões e bilhões. É quase impossível querer contá-los um por um, como um corpo de animal vertebrado. Esses organismos são verdadeiros "reservatórios provisórios de água". Guardam dentro deles uma quantidade absurda de líquido, formando um imenso tapete absorvente subterrâneo. Não existe ali nenhum ferro nem concreto para manter essa estrutura flexível e móvel. Nenhuma máquina eletrônica para controlar o processo de captação e liberação da água do entorno. Dessa forma, quando visitamos uma área "verde" preservada, é possível perceber que existe ali uma permeabilidade perfeita, exceto em solos argilosos (que dificultam a drenagem). Os organismos que acumulam água tem a vantagem de se multiplicarem indefinidamente, sem qualquer controle publico ou privado. Se somarmos as recentes mudanças climáticas - que inclui chuvas muito pesadas concentrando-se em alguns pontos - mais uma urbanização desordenada e um ineficiente sistema de drenagem superficial e subterrâneo (que inclui o "sequestro de água": entenda-se aqui os corpos dos organismos), teremos então, um quadro de desastres. O desrespeito à legislação que proíbe a retirada das matas ciliares é também fato notório nas áreas urbanas. Você já viu um rio de cidade? Para onde foi a "mata ciliar"? Com certeza está ocupada por ruas e estradas. Isso pode ser visto em todas as cidades brasileiras e de outros países também. Elas deveriam manter a vegetação "nativa" (e não mangueiras, eucaliptos e outras exóticas). Esse "corredores verdes" deveriam interligar as "praças verdes", porosas, permeáveis, absorventes, com todos os seus sistemas de raízes, bichos grandes, bichos pequenos, vermes, protozoários, bactérias, fungos e tantos outros organismos maravilhosos que reciclam o mundo sem nos cobrar absolutamente nada. Esses reservatórios vivos acumulam dentro deles, pelo menos, 70% de água do ambiente. Cada organismo que nasce, representa um novo espaço. Quando existe vida nas margens, essas pequenas caixas - são bilhões delas - funcionam como pontos de retenção de água. No entanto, se a vida é eliminada, não há como sustentar essas redes que se multiplicam, biologicamente falando, e fazem o serviço de retenção, sem qualquer custo para o governo. O acúmulo de água a céu aberto - sem estar dentro dos organismos - gera outros problemas sérios, do ponto de vista sanitário. A maneira mais segura e barata para "reter água" é usar organismos vivos. Você já pensou na quantidade de água que esta circulando hoje, "guardada" em bilhões de pessoas vivas no mundo? Faça a conta ! É só multiplicar 50 litros por alguns bilhões. E nos animais? E nas plantas? É muita água... Infelizmente, as soluções naturais são negligenciadas porque não "vendem serviços e produtos". São "de graça"! Não usam computadores, não gastam combustíveis fósseis, não precisam de máquinas transportadoras de cargas e de pessoas. Como isso pode interessar ao sistema capitalista? Fazer algo sem "lucrar" alguma coisa? Sem "engordar" as contas no banco? Nossa cultura europeia tropicalizada nos ensinou a produzir, comprar e vender. A cultura indígena selvagem autêntica, ensina a colher, abater, consumir, trocar e respeitar (sem acumular nada de modo exagerado). Embora tenhamos assimilado alguma tradições antigas, como andar quase pelado (praias) e usar pinturas no corpo (tatuagens), também manivemos a idéia mais recente de "fazer dinheiro rapidamente". Essa perseguição pelo "vil metal" tem transtornado as nossas mentes e a nossa vida contemporânea na linha do Equador. No lugar de soluções mirabolantes, deveríamos refletir, um pouco mais, sobre como resolver alguns problemas das cidades brasileiras. Quem sabe, considerar soluções mais naturais e menos tecnicistas?. O paisagismo por sí só, fortemente afetado pela estética, não conseguiu atender às complexas exigências ecológicas de um país megadiverso como o Brasil. Precisamos aprender a exaltar a natureza e suas soluções, incrívelmente inteligentes. Renegar pressões corporativistas pouco cuidadosas, dando-se preferência às soluções que valorizem os interesses econômicos, sociais e ambientais, sabiamente equilibrados, tarefa difícil de se cumprir, em busca da equidade. Mesmo a alardeada sustentabilidade continua ainda muito centrada na ecoeficiência e na reciclagem, sem mudanças mais profundas. Vai levar um tempo para aceitar que não podemos privilegiar o econômico humano e menosprezar o econômico ambiental. Vai levar um tempo para aceitar que não existe esta separação homem-natureza, convencionada pela visão antropocentrista. Enquanto isso, nos resta torcer pelas novas gerações, para que elas possam mudar esse equivocado paradigma, que começou com a Revolução Industrial, e ainda permanece entre nós, como se fosse algo verdadeiro e eterno, imutávelmente endurecido e enfumaçado.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-45353248413498841122011-03-03T02:23:00.000-08:002011-03-03T13:03:37.646-08:00As áreas de preservação permanentes (APPs): os rios e suas matas ciliares.<a href="http://4.bp.blogspot.com/-mpDcPrdx-bg/TXACDKSpTxI/AAAAAAAAAXo/DDVwtnz5MRw/s1600/A%25C3%25A7ude%2Bdo%2BCamorim.%2Bout%2B95.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 264px;" src="http://4.bp.blogspot.com/-mpDcPrdx-bg/TXACDKSpTxI/AAAAAAAAAXo/DDVwtnz5MRw/s400/A%25C3%25A7ude%2Bdo%2BCamorim.%2Bout%2B95.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5579962191637466898" /></a><br /><br />Colaborador Roberto Rocha<br /><br />"E como os cílios que protegem os olhos, as florestas que margeiam os rios são protetoras da águas e de todas as vidas que habitam nelas".<br /><br />Me perguntaram o que eu achava das recentes discussões e propostas para reforma do Código Florestal (Lei 4.771, de 1965), especialmente na questão que trata das APPs (áreas de preservação permanentes) e as matas ciliares. A lei explica o seguinte:<br /><br />Área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2º e 3º desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas.<br /><br />Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas.<br /><br /><br />Minhas considerações são as seguintes: “não é exatamente para se achar nada, porque o assunto foi debatido no passado e pessoas de bom senso – incluindo brilhantes empresários não imediatistas – não tinham nenhuma dúvida sobre a importância dessas áreas sensíveis e indispensáveis para o bom funcionamento dos ecossistemas”. Tanto isso é verdade, que uma série de leis e resoluções brasileiras e documentos internacionais, reforçaram a necessidade de existência das matas ciliares. É muito estranho, e mesmo insustentável, que de uma hora para outra, se deseje repensar uma determinação que foi construída através de reflexões profundas de pessoas sérias e idôneas. Suprimir ou diminuir essas áreas representa um retrocesso inconsequente e irresponsável. As matas ciliares contribuem para o correto funcionamento dos ecossistemas e seus serviços. O tema, não é – como muita gente afirma - "uma questão estritamente ecológica". A vegetação das margens dos rios contribuem para a “economia do país”. Não estamos falando de plantinhas ameaçadas, nem de bichinhos interessantes e coloridos. Estamos falando de dinheiro, muito dinheiro. De uma grana que já está sendo mantida e reproduzida com a direta participação das áreas de preservação permanentes. Não fossem as APPs e nós já estaríamos “pagando” milhões e milhões em dólares, euros e reais, por prejuízos incomensuráveis. O argumento que acho razoável, é que : “não adianta ganhar muito num curto tempo e ter que pagar mil vezes mais depois, para cobrir os prejuízos acumulados”. Não gosto da idéia "o futuro é agora". Talvez fosse melhor: "o passado nos sugere o futuro". Veja o caso recente da região serrana no Estado do Rio de Janeiro. Nós ocupamos as áreas que deveriam ser de preservação permanentes. Invadimos vales que - pela presença dos enormes matacões (pedras imensas roladas de pontos mais altos) – já nos sinalizava que o fenômeno poderia se repetir, embora não marcasse data de compromisso. Quanto já tivemos de prejuízos? Quanto ainda vamos continuar a ter? Se mesmo com a proteção das matas ciliares remanescentes nós estamos agora sofrendo inundações e perdendo culturas por conta do aquecimento global, imagine o que os dois eventos juntos - eliminação das matas e despejo rápido das águas - poderão fazer de modo negativo? Veja o caso das águas barrentas de centenas de rios brasileiros. Elas nos indicam que a transparência das águas foi prejudicada pelo excesso de sedimentos não contidos pela vegetação das margens. Estamos perdendo solo. Como uma economia baseada em culturas, pode se manter sem solo? E a água? Vamos irrigar as plantas com drogas químicas, virus, bactérias e ovos de vermes? Você tem idéia da quantidade de esgotos não tratados, terra em suspensão, fertilizantes e drogas químicas lançados nas águas dos rios?. Os rios estão sendo descaracterizados.<br /><br />Numa aula de educação ambiental eu tinha perguntado para uma turma de crianças: o que é um rio? Um aluno me respondeu com segurança: “ é um lugar sujo, fedorento, cheio de ratos e plásticos”. Eu não perdi a pose. Perguntei para ele: onde você mora? Ele disse, na comunidade. Continuei: e você já saiu dali alguma vez, para visitar outros lugares? Ele falou: não, nunca sai dali. Não conheço outros lugares mais distantes, mas já vi na televisão um lugar que chamaram de rio. Tinha muitas árvores nas margens, muitos peixes, muitas aves, a água era limpinha! Eu até bebia aquela água se tivesse sede! Mas pra mim, aquilo ali era anuncio de televisão. Tudo é enfeitado, pra convencer as pessoas sobre alguma coisa que eles desejam vender. Só para enganar, entende? Não existe! Parei um instante. De certa forma, já esperava algo parecido, mas – mesmo assim – me veio um sentimento muito triste. Lembro de um lema ecológico muito divulgado: conhecer para preservar! Me veio a pergunta: por que alguém preservaria algo tão feio e tão nojento? Essa criança será o adulto de amanhã. Levará da sua infância a noção de que os rios são coisas sujas, para despejar porcarias. Sem graça, sem vida, sem opções. Certamente, esse cidadão futuro, não vai se incomodar com debates ou discussões para “proteger os rios”. Muito ao contrário, ele vai votar a favor de acabar com tais cenas deprimentes, dos rios em agonia que se espalham pelo país. Mas não é só isso. Logo alguém vai dar um jeito de “enterrar a sujeira” e concretar qualquer possibilidade de vida naquele espaço natural precioso do passado. Placas impermeabilizadas vão sepultar plantas aquáticas, invertebrados, peixes, tartarugas, jacarés e qualquer forma biológica que tenha a pretensão de sobreviver nesse novo ecossistema construído. Vão esconder os ratos, os plásticos, o fedor, os esgotos urbanos desviados irresponsavelmente para os rios (ou canais?). E daqui a dez anos, não teremos somente um aluno respondendo com segurança o que seja um rio. Teremos toda a turma, teremos a comunidade inteira, inclusive você...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-20544094810152998902011-01-20T06:49:00.001-08:002011-01-20T07:21:29.372-08:00Assistência aos animais vitimados pela tragédia que se abateu sobre a Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro.Colaborador Roberto Rocha<br /><br />Saiba o que as afiliadas e parceiros da Sociedade Mundial de Proteção Animal – WSPA estão fazendo a favor dos animais vitimados pela tragédia que abalou a Região Serrana do Rio de Janeiro. Estamos repassando algumas informações que a WSPA nos enviou e que você pode ter acesso direto visitando os endereços abaixo. <br /><br />Sociedade Mundial de Proteção Animal – WSPA.<br /><br />Disponível em: < http://www.wspabrasil.org>. Acesso em: 20 jan. 2011. <br /><br />A equipe da WSPA (especialistas em desastres da Costa Rica e Gerência de Programas Veterinários, realizou nesta terça e quarta-feira, dias 18 e 19-01, o primeiro levantamento sobra a situação dos animais em Nova Friburgo. A equipe já seguiu para a cidade de Teresópolis com o objetivo de identificar as principais necessidades dos animais em áreas de risco na região.<br /><br />Segundo a gerente de programas veterinários da WSPA, Rosângela Ribeiro, o levantamento inicial demonstrou que as áreas mais afetadas e que necessitam de ajuda em Nova Friburgo são> Campo do Coelho, Córrego Dantas, Conselheiro Paulino (Alta Floresta) e Conquista. <br /><br />Os médicos veterinários da WSPA visitaram as localidades, prestaram os primeiros socorros aos animais que estavam abandonados nas ruas e orientaram a comunidade sobre cuidados com os cães que já estavam em novos domicílios. Foram distribuídas rações, recolhidos animais e encaminhados para a Coordenação de Bem=-Estar Animal da Prefeitura de Nova Friburgo.<br /><br /><br />GAPA-MA - Grupo de Assistência e Proteção aos Animais e Meio Ambiente (seu espaço aberto para acompanhar e debater dos animais e do meio ambiente em Petrópolis e no mundo).<br /><br />O GAPA - de Itaipava - está percorrendo os bairros do município e recolhendo animais abandonados. <br />Disponível em: < http://www.gapaitaipava.org.br> , Acesso em: 20 jan. 2011. <br /><br />AnimaVida – ensinando o respeito pela vida<br />Disponível em: http://www.animavida.org. Acesso em: 20 jan.2011.<br /><br /><br />S.O.S Animal – Sociedade Brasileira de Proteção Animal e do Meio Ambiente.<br />Disponível em: <http://www.sosanimal.org.br>. Acesso em: 20 jan. 2011. <br /><br />Segundo informações da WSPA, esta sociedade já resgatou 200 animais dos bairros Caleme e Posse, em Teresópolis. A previsão é que se recolha em torno de 800 animais na região. Cerca de 20 deles já foram doados. <br /><br />SEPDA – Secretaria de Promoção e Defesa Animal do Rio de Janeiro<br /><br />Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/web/sepda. Acesso em: 20 jan. 2011.<br /><br />A SEPDA enviará nesta quinta-feira, dia 20, 300kg de ração e medicamentos recolhidos nos postos de esterilização do órgão para a Coordenadoria de Bem Estar Animal de Nova Friburgo e para a ONG Combina, também em Nova Friburgo.<br /><br />A expectativa é que outros órgãos, sociedades, profissionais da área e voluntários, venham juntar forças para cumprimento das diversas tarefas de ordem humanitária e de interesse publico.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-145695183478668742011-01-18T13:02:00.000-08:002011-01-18T13:39:57.467-08:00CRMV cadastra médicos veterinários e zootecnistas voluntários para ajuda na Região Serrana do RJ.<div align="justify">Colaborador Roberto Rocha</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Recebemos mensagem via e-mail do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) com a informação de que o órgão está cadastrando voluntários - médicos veterinários e zootecnistas - para disponibilizar ajuda às cidades atingidas pela tragédia na Região Serrana. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">A ação funcionará como força-tarefa que estará à disposição das Prefeituras das cidades atingidas pelas chuvas, que poderão solicitar esses voluntários ao Conselho. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">As áreas de atuação dos voluntários são:</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">1. Saúde Pública/Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (cuidados com alimentos em geral e controle de surtos de leptospirose e outras doenças)</div><div align="justify">2. Cuidados com animais de pequeno porte</div><div align="justify">3. Cuidados com animais de grande porte</div><div align="justify">4. Cuidados com animais silvestres</div><div align="justify">5. Educação sanitária à população. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Os médicos veterinários e zootecnistas que desejarem ser voluntários podem entrar em contato com o CRMV-RJ através do e-mail <a href="mailto:crmvrj@crmvrj.org.br">crmvrj@crmvrj.org.br</a>, informando os seguintes dados: </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">a) Nome Completo</div><div align="justify">b) Número do CRMV-RJ</div><div align="justify">c) Área de atuação (conforme os itens acima)</div><div align="justify">d) Telefone para contato</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Rio de Janeiro, 18/01/2011.Diretoria Executiva do CRMV-RJ</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-29690962507757931352011-01-13T22:05:00.000-08:002011-01-18T07:44:06.870-08:00Vales de lágrimas<a href="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TS_ofUMqkoI/AAAAAAAAAW8/LC-OvASRkw8/s1600/BJ%2Bfev%2B2010%2B33.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 439px; DISPLAY: block; HEIGHT: 292px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5561919689521271426" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TS_ofUMqkoI/AAAAAAAAAW8/LC-OvASRkw8/s400/BJ%2Bfev%2B2010%2B33.jpg" /></a> <div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Colaborador Roberto Rocha<br /><br />Com profundo pesar lamentamos as perdas ocorridas na Região Serrana do Rio de Janeiro nesse início de 2011, especialmente as que <span id="SPELLING_ERROR_0" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_0" class="blsp-spelling-error">afetaram</span></span> os municípios de Nova Friburgo, <span id="SPELLING_ERROR_1" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_1" class="blsp-spelling-error">Teresópolis</span></span> e <span id="SPELLING_ERROR_2" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_2" class="blsp-spelling-error">Petrópolis</span></span>. Centenas de pessoas perderam suas vidas e seus bens. A agricultura ficou prejudicada numa região tradicionalmente produtora de <span id="SPELLING_ERROR_3" class="blsp-spelling-error">hortaliças</span>, entre outras. Uma grande mobilização uniu os governos federal, estadual e municípial, como <span id="SPELLING_ERROR_4" class="blsp-spelling-error">nunca</span> se viu. Questões políticas a parte, a catástrofe merece um comentário de cunho ecológico que pode ajudar a compreender porque tais fatos ocorreram e vão continuar a acontecer. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Geologicamente falando, os vales são espaços entre montanhas ou morros no fundo dos quais costuma passar um rio, fruto de um processo erosivo lento. As águas podem levar muitos anos para cavar essas "calhas" - formando um leito principal, além dos espaços laterais - para as épocas de enchentes. Infelizmente essas "laterais" são ocupadas ilegalmente com edificações, as mais diversas. As pedras soltas nos fundos dos vales já são suficientes para indicar que elas não nasceram ali. Na verdade elas rolaram das encostas íngremes por força da gravidade e foram, naturalmente, se acomodar nas reentrâncias naturais, mais baixas. As trombas <span id="SPELLING_ERROR_3" class="blsp-spelling-error">dágua</span> ou cabeças <span id="SPELLING_ERROR_4" class="blsp-spelling-error">dágua</span> ocorrem de tempos em tempos, como fenômenos cíclicos, sempre que há uma <span id="SPELLING_ERROR_6" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_5" class="blsp-spelling-error">coincidência</span></span> de determinados condições atmosféricos. Alguns desses fenômenos podem não causar prejuízos significativos e nem chegam a chamar a atenção da sociedade, resumindo-se a eventos pontuais. No entanto, quando a quantidade de água é muito grande, envolvendo toda uma região, não há como deixar de percebê-los. Se uma cabeça dágua dessas levar mais que 50 anos para ocorrer, você - adulto de 40 ou jovem de 18 - nem notará o que já houve ali. Uma floresta notável – que em 50 anos pode cobrir a região devastada- nos dá a sensação de que o local é um verdadeiro paraíso. E realmente é, mas não para os humanos. É um espaço para árvores e bichos próprios dessas gargantas. Nós humanos, imediatistas que somos, não desejamos aceitar um espaço tão grande “desocupado”. Então, desconhecendo ou não acreditando que algo possa ocorrer ali - embora as características geológicas locais indiquem claramente esta possibilidade - nós construímos nossas moradias <span id="SPELLING_ERROR_7" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_7" class="blsp-spelling-error">exatamente</span></span> nesses espaços = aparentemente firmes = situados entre as rochas íngremes e a calha principal do rio. É como fazem nas cidades - que antes eram áreas rurais - onde as estradas são construídas ao londo das margens, desrespeitando as leis. Animados com as terras “disponíveis”, lá vamos nós construir nossos sonhos e investir nossas economias em edificações e bens, desconhecendo o perigo. As águas podem chegar a 100 km por hora levando tudo que encontrar pela frente. Não há muito o que fazer. Quem lembra do Vale do <span id="SPELLING_ERROR_8" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_8" class="blsp-spelling-error">Itajaí</span></span>? Faz muito tempo não é? A maioria das pessoas já esqueceu... Você lembra de mais algum?<br /><br />Bairros inteiros podem desaparecer em poucas horas quando a natureza resolve “trabalhar” o fundo dos vales. Devemos culpar a natureza ou a nossa inobservância? Milhares de pessoas morrem de tempos em tempos por desafiarem a força das águas. Passado o evento, o que fazemos? Vamos - outra vez - “reconstruir” onde a natureza já sinalizou que aquele espaço é dela e somente dela. Não é sem motivo, que as encostas íngremes e as margens do rios são definidas como áreas de preservação permanentes. A legislação atual não permite que se construa junto às margens dos rios justamente por reconhecer que esse fenômenos ocorrem de tempos em tempos, evitando assim - responsavelmente - a morte de humanos, animais, plantas, microorganismos ou ainda, prejuízos com perdas de bens e serviços. Os fundos dos vales não deveriam ter aglomerações de pessoas. As atividades ali desenvolvidas deveriam ser rigorosamente controladas, por exemplo a extração natural a partir de espécies nativas. Mesmo que demorem 50 anos para acontecer de novo, muitas vidas serão poupadas. A questão é que não temos o hábito salutar de planejar para algumas décadas. Nosso modelo de planejamento cobre apenas alguns anos, com base nas "condições políticas e econômicas vigentes" mas - raramente - com base nas condições climáticas muito distantes. Os municípios organizam seus planos <span id="SPELLING_ERROR_11" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_11" class="blsp-spelling-error">diretores</span></span> levando em consideração tais eventos? Todos os municípios possuem um Plano <span id="SPELLING_ERROR_12" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_12" class="blsp-spelling-error">Diretor</span></span> que é explicado para a população? <span id="SPELLING_ERROR_13" class="blsp-spelling-error">As</span> escolas poderiam ensinar para as crianças – desde cedo – o que é um Plano <span id="SPELLING_ERROR_14" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_13" class="blsp-spelling-error">Diretor</span></span> de uma cidade. Os alunos de hoje estarão amanhã, também ocupando novos espaços. Eles sabem como fazer isso? O fato de existir somente a legislação já mostrou que não funciona a contento. Se somos obrigados a conhecer as leis de trânsito, por que negligenciamos as leis de ocupação do solo? É uma questão que afeta a todos, independentemente de sua crença, opção sexual, cor ou poder aquisitivo. O que falta? Será que esse assunto não é tão importante quanto parece?<br /><br />Os vales devem ser locais sagrados, habitados em especial por seus legítimos moradores: flora, fauna e <span id="SPELLING_ERROR_19" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_18" class="blsp-spelling-error">microorganismos</span></span>. Os humanos precisam se organizar melhor para lidar com forças tão poderosas, investir mais em conhecimento das áreas, capacitar as comunidades que possam ser <span id="SPELLING_ERROR_19" class="blsp-spelling-error">afetadas</span> de alguma forma por esses eventos extremos.<br /><br />Além das questões locais e regionais, não devemos esquecer que estamos também sujeitos às alterações climáticas que se situam a muitos <span id="SPELLING_ERROR_21" class="blsp-spelling-error">quilômetros</span> de distância, como é o caso do <span id="SPELLING_ERROR_22" class="blsp-spelling-error">El</span> <span id="SPELLING_ERROR_23" class="blsp-spelling-error">Niño</span> e La <span id="SPELLING_ERROR_24" class="blsp-spelling-error">Niña</span>. O aquecimento global é uma realidade e os oceanos estão sofrendo alterações <span id="SPELLING_ERROR_25" class="blsp-spelling-error">significatisvas em todos os sentidos.</span> Os ventos estão mais fortes. As nuvens formam verdadeiros <span id="SPELLING_ERROR_21" class="blsp-spelling-error"><span id="SPELLING_ERROR_26" class="blsp-spelling-error">reservatórios</span></span> aéreos com milhões de toneladas de peso sobre as nossas cabeças. Será que podemos simular e prever tais situações?. Será que - considerando as experiências já vividas - poderemos proibir que novas construções sejam feitas em determinados locais críticos? A legislação deve ser mais severa ainda para evitar que sejam ocupadas as áres de preservação permanentes. Se aceitarmos tais irresponsabilidades - mesmo por ignorância de outrem - teremos que assumir o peso dos prejuízos resultantes. Ou vales não podem ser ocupados como se estivéssemos em áreas planas. Os escorregamentos não acontecem nas baixadas, onde as inundações é que são frequentes. No entanto, as margens dos rios precisam ser "preservadas" a todo custo, seja na serra ou nas terras baixas.! Ou vamos continuar a encher os vales com as nossas lágrimas, que podem ser tantas que não haverá necessidade nem mesmo que o céu desabe sobre todos nós. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-66375289076319823242011-01-12T05:04:00.000-08:002011-01-12T09:01:17.827-08:00Agência Senado - 11/01/2011 - Propostas que beneficiam vítimas de desastres naturais, apresentadas por Romeu Tuma, continuam a tramitar<a href="http://www.senado.gov.br/noticias/verNoticia.aspx?codNoticia=106656&codAplicativo=2">Agência Senado - 11/01/2011 - Propostas que beneficiam vítimas de desastres naturais, apresentadas por Romeu Tuma, continuam a tramitar</a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-40104059734898532482011-01-01T11:25:00.000-08:002011-01-13T22:41:41.625-08:00Grota, grotão, cova e lixão: nesses lugares eu não moro não!<a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TS3l2zcdkDI/AAAAAAAAAW0/YYDTyg46Q_M/s1600/Grot%25C3%25A3o.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 499px; DISPLAY: block; HEIGHT: 322px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5561353844557713458" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TS3l2zcdkDI/AAAAAAAAAW0/YYDTyg46Q_M/s400/Grot%25C3%25A3o.jpg" /></a><br /><div><div><div align="center">Colaborador Roberto Rocha</div><div align="justify"><br />A entrada do outono de 2010 mostrou uma nova faceta dos fenômenos geológicos, outra vez associados à interferência humana: a saturação de toneladas de água de chuvas intermitentes num solo instável e inclinado em meio a resíduos de diferentes fontes. O soterramento de dezenas de casas em Niterói (RJ) no morro do Bumba foi inevitável e rápido. Esses eventos de escorregamentos costumam ocorrer em encostas, depressões e grotas, comuns no Estado do Rio de Janeiro. Justamente por esse relevo diferenciado é que o assunto merece um tratamento especial. Nos dicionários em geral, consta que grota é “abertura na margem de um rio, feita pelas águas das enchentes”. Ou ainda: “vale profundo, depressão sombria e úmida numa encosta”. Somente as definições, sem qualquer explicação técnica mais apurada, nos indica que o local é totalmente impróprio para a ocupação humana. Grotão é “grota grande, depressão funda entre montanhas”. O nome cova igualmente não sugere habitabilidade humana: “abertura na terra; escavação profunda, cavidade, depressão; abertura que se faz na terra para plantar um vegetal ou lançar uma semente; buraco ou gruta onde se escondem certos animais; toca; sepultura; figurativamente significa fim da vida (estar com o pé na cova ou estar prestes a morrer). Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT,1995), em seu manual de gerenciamento integrado, ao se referir ao lixo municipal – “é uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. O mesmo que descarga de resíduos a céu aberto”. Outras definições de lixão são também semelhantes. O que importa é que sendo uma forma inadequada de disposição, certamente não caberia seu uso para construções de qualquer tipo. No Projeto de Lei que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos consta que “destinação final ambientalmente adequada é técnica de destinação ordenada de rejeitos, segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais adversos”. E ainda, que “gestão integrada de resíduos sólidos consiste em ações voltadas à busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões políticas, econômicas, ambientais, culturais e sociais, com a ampla participação da sociedade, tendo como premissa o desenvolvimento sustentável”. Ainda sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos está sugerido que ela será desenvolvida em consonância com as Políticas Nacionais de Meio Ambiente, de Educação Ambiental, de Recursos Hídricos, de Saneamento Básico, de Saúde, Urbana, Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior e as que promovam a inclusão social. Como se vê, existem propostas que podem apoiar legalmente as atividades que tratem desses assuntos tão impactantes em nossas almas e nos ecossistemas. Essas áreas deveriam ser restauradas para a flora e para a fauna fluminense e não se permitir mais que nelas fossem construídas novas residências. Poderiam ajudar a integrar os corredores florestais (ecológicos) - sobre os quais tanto se fala - e serem transformados em sistemas agroflorestais que poderiam ser manejados racionalmente e fornecer frutos para as doceiras, madeira para o artesanato e plantas medicinais para as comunidades, entre outros. Vegetais e animais estão adaptados para esses ecossistemas porque co-evoluíram com esses impactos, mas não o homem. Os grotões foram formados a partir de fenômenos cíclicos e devem continuar assim. O que falta? Daqui para frente esses fatos vão se agravar porque a pluviosidade está cada vez mais intensa e o tema merece um “choque de ordem”, já que o termo está na moda. Com a aprovação do PL que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos, mais cedo ou mais tarde, o Estado terá que assumir as responsabilidades previstas ou será responsabilizado por sua omissão. E quanto mais cedo forem tomadas as providências necessárias, tanto melhor para todos, especialmente num ano de eleições...</div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-75176442822283429472010-12-12T06:05:00.000-08:002011-01-14T09:04:35.769-08:00Enchente na baixada: evento natural, lógico e necessário.<div align="justify"></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 491px; DISPLAY: block; HEIGHT: 375px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5549913126708924850" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TQVAlYPDUbI/AAAAAAAAAVs/gUSK0lH6NzM/s400/Rio%2BCa%25C3%25A7%25C3%25A3o%252C%2B1990.jpg" /> <div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Entra ano e sai ano, é a mesma coisa: enchentes no verão, as mesmas notícias, as mesmas imagens, as mesmas estórias, as mesmas reclamações, os mesmos prejuízos. Por que as pessoas ainda não perceberam o óbvio? O que queriam que acontecesse numa baixada impermeabilizada? Os especialistas dizem que são terrenos “argilosos”; ou "barrentos" - como diz o povão. A argila não permite que a água se infiltre. Isto é, se ela conseguir passar as barreiras de asfalto e cimento - igualmente impenetráveis - que cobrem a maioria das estradas, calçadas e residências das cidades em terras baixas!. Descobriram recentemente, um tipo de piso “poroso” - que poderia ajudar a drenar uma determinada região. Mas, e se só tiver barro por baixo? Vai dar no mesmo: a água vai continuar presa!.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Hominídeos primitivos, que habitavam próximo das águas, faziam a coisa certa: construíam suas casas em locais mais altos do que o nível do mar e das enchentes periódicas: eram as palafitas. Os engenheiros já existiam naquele tempo. Já sabiam que não teria nenhum sentido querer enfrentar um fenômeno milenar que faz parte dos sistemas de circulação da água - seja através de nuvens, de rios, do solo, de marés, de lençóis freáticos. Tudo bem, que o lixo contemporâneo pode atrapalhar, em alguns casos, e dificultar o “fluxo” - mas a maré precisa estar “baixa”! Caso contrário, com maré alta, não existirão valões ou canais concretados (na verdade são rios assassinados), que possam dar conta do recado. O Brasil possui experiência antiga nessa área e pode "exportar" o seu saber fazer. Os amazônidas e pantaneiros não brigam com as enchentes, eles "convivem" com ela. O piso da casa é móvel e o "caboclo" vai ajustando a altura, conforme sobe a água, até chegar perto do teto. Poderia ser um "conjunto flutuante" que subisse, em tubos fixos, tudo ao mesmo tempo, feito com fibra de bananeira, carbono ou algum material similar, vegetall ou não. Quantas fibras diferentes temos em nossas florestas esperando alguém para pesquisá-las? Estão testando agora novos materiais para serem usados na construção de aviões e proteção de cargas. É uma boa dica para quem quer inovar em opções de estruturas para edificações. </div><br /><p align="center"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TQTd7OTI42I/AAAAAAAAAU0/R-ddgYcXuIk/s1600/Desmorramento.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 519px; FLOAT: right; HEIGHT: 277px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5549804650347684706" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TQTd7OTI42I/AAAAAAAAAU0/R-ddgYcXuIk/s400/Desmorramento.jpg" /></a></p><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Será que vamos continuar a "desmanchar morros vermelhos" - e acelerar a velocidade dos ventos - para fabricar tijolos? Por que os "tijolos" ou placas não são padronizados e fabricados com material de reciclagem inerte e seguro? Fora isso, tem um segredo ecológico, ligado aos serviços ambientais: é que a água também precisa "parar" algum tempo nesses locais, para renovar os estoques de proteína viva. </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Em todo Brasil, especialmente no litoral - existiam muitas lagoas e brejos que serviam como "berçários sazonais" - permitindo que uma parte da água transbordada - ficasse depositada. Uma outra parte, voltava para o mar, com "tranquilidade", ou para grandes rios. Não havia tanta erosão do solo, porque a vegetação ciliar (o nome ciliar, vem de cílios - que protegem os nossos olhos, assim como as florestas não deixam cair terra dentro deles: assoreamento). </div><br /><br /><div align="justify">Essa mata marginal serve como barreira de contenção natural. O mesmo acontece com os manguezais e suas tramas de raízes. Muitas espécies aquáticas precisam desses espaços "alagados" para "criarem seus filhos". É como se fossem creches, onde há um ambiente seguro para quem é tão pequeno ainda, e não está devidamente preparado para "viver a vida entre adultos". Quando vem nova cheia, os "adolescentes" já podem sair para enfrentar o mundo e novos adultos entram, outra vez, para "desovar" e "renovar" a criançada. É isso que garante boa parte dos peixes, crustáceos e moluscos que estão em sua mesa e nos melhores restaurantes do planeta. É claro, que com uma ajuda indispensável dos recifes de corais (infelizmente, boa parte deles, já ameaçada), das praias (onde vivem os muitos organismos que alimentam os grande peixes) e costões rochosos (idem). Mas o que fizemos no continente: aterramos tudo! Rua das Marrecas - no Rio de Janeiro: muitas marrecas mesmo (aos milhares). Fora outras espécies de outras ordens zoológicas! Quantas vidas vivem nessas depressões e vargens!<a href="http://3.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TQTn_cEXCaI/AAAAAAAAAVE/2M8NuABlxHY/s1600/anguezal.jpg"></a> </div><br /><div align="justify"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 467px; DISPLAY: block; HEIGHT: 302px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5549933662508634578" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TQVTQuDPUdI/AAAAAAAAAV0/K4ixkuFWKv4/s400/Bres.%2BPiratininga%2B17.jpg" />São áreas brejosas, úmidas, pântanosas, com charcos e turfas. O Campo de Santana, quem diria, também era uma área úmida. A Convenção de Ramsar - Convenção sobre Zonas Úmidas - Ramsar, Irâ, foi criado em 1971, para proteger esses ecossistemas tão importantes. Disponível em: <a href="http://www.ramsar.org/">http://www.ramsar.org/</a>. O Brasil só ratificou a convenção em 1993 (?). Embora seja um dos países mais ricos em superfície com tais características, quando comparamos as áreas protegidas no Brasil com áreas úmidas de outros países, percebe-se que há muito por fazer ainda. Existem claros enormes sem qualquer amparo maior. Em vez de muitas marrecas e peixes, as últimas cheias e chuvas nos deixaram dívidas já acumuladas e há necessidade de contrair outras mais, para pagar novos móveis, sofás e colchões. Vamos gastar mais em remédios, aumentar as faltas ao trabalho, as interrupções das aulas, os gastos com a defesa civil, com indenizações, aluguel social, perdas de monumentos históricos. </div><br /><p>É certo que precisamos fazer algo agora!. Mas ninguém pode viver eternamente em emergência e situação de calamidade pública! Qual a solução? Retirar todas as casas das áreas de risco e transferir as famílias para áreas seguras, que não “briguem com as marés” ou com os rios. </p><br /><p align="justify"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TQTpoOhZKII/AAAAAAAAAVM/Ag2zaU9GpJQ/s1600/Rio%2BParaiba%2Bdo%2BSul.%2BCampos.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 505px; FLOAT: left; HEIGHT: 218px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5549817518129490050" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TQTpoOhZKII/AAAAAAAAAVM/Ag2zaU9GpJQ/s400/Rio%2BParaiba%2Bdo%2BSul.%2BCampos.jpg" /></a>Precisamos respeitar - rigorosamente - as áreas de preservação permanentes (APPs) e as reservas legais, entre outras. Em alguns casos - mesmo distantes de áreas protegidas - vai ser preciso construir “palafitas” - quem sabe batizar como "parapredios” - verificando-se qual a altura adequada dos pilotis. Não é construir espigões! No máximo, dois ou tres andares, como já se faz nas "favelas". Mas, entre eles deveria existir uma rua de "árvores" frondosas, nativas, para sombrear e refrescar o entorno e não virar um forno crematório de blocos de concreto num país tropical! (Que absurdo!). Não vou falar nem das questões de aumento do nível dos mares. Se os parapredios resolvessem as questões regionais, já estaria de bom tamanho. E o que fazer nas áreas que vão ficar ociosas, por baixo das edificações sujeitas a alagamentos? Sugestões: podemos cultivar hortas de ciclos rápidos, orgânicas, plantar arbustos medicinais e incentivar a fitoterapia e a cosmetologia. </p><p align="justify">Quem sabe, criar peixes e anfíbios - oriundos da própria bacia hidrográfica? Incentivar atividades e práticas que não representem perdas consideráveis, em caso de alagamentos. Aprender a construir pequenos barcos, oficinas de artesanato, produção de embutidos defumados para uso familiar (que resistem bom tempo sem estragar e sem precisar de geladeira), compotas e geleias. As lajes podem ser aproveitadas para a instalação de aquecedores solares e placas para gerar energia e coletar água da chuva - pelo menos para manter uma família por algum tempo. Pesquisar métodos rápidos e baratos para filtragem e esterilização de água. É muito provável que já exista – em alguma universidade brasileira – uma área piloto para testar essas soluções em conjunto. Precisamos pensar sim em vias alternativas. Precisamos de um plano “B” !. Urgente! Construir cidades subterrâneas é muito caro, mas pode ser uma opção – ainda mais aqui no Brasil, onde não existem grandes abalos sísmicos. Por enquanto, podemos respeitar o traçado dos rios, acatando a legislação vigente, retirando as moradias de suas margens e restaurando a sua mata ciliar. Não permitir também as construções em áreas inclinadas (salvaguardar vidas), restaurar e preservar áreas de mananciais, manguezais e margens de lagoas (de interesse humano direto, para fauna aquática, plantas e demais organismos). Isso tudo tem um valor econômico e social, porque essas áreas produzem "peixe de graça" que alimenta quem nem sempre tem dinheiro para comprar um badejo ou uma garoupa. É economia que faz falta no bolso de quem não tem muito. É difícil perceber essa realidade numa Avenida Paulista (São Paulo) ou na Avenida Rio Branco (Rio de Janeiro). Mas o país é imenso!. O que ajuda a resolver - ao lado de outras medidas - é lambari mesmo, cará, traíra, barrigudinho. No, entanto, a produção marinha está comprometida. A captura mundial de pescado<em> in situ</em> está eliminando jovens peixes. Não está havendo reposição de adultos para as gerações futuras! O mercado das gastronomia com "frutos do mar" será seriamente afetado, em pouco tempo. Isso sem falar no "caldo plástico" que pode ser encontrado em diversos pontos de diferentes oceanos. Turistas não desejam ver tartarugas "entupidas" com sacos plásticos. Vai ser um horror! Se o turismo é um caminho, precisamos entender quem estará conosco nessa empreitada. São nossos "colaboradores" biológicos. Sem eles não haverá nada interessante para se ver ou para se comer: biodiversidade. Não temos a cultura milenar da Europa como diferencial. Mesmo que a piscicultura continental venha oferecer uma opção de reposição, as águas onde serão produzidos precisarão estar livres de agrotóxicos, fertilizantes excessivos das culturas, drogas químicas e antibióticos. </p><br /><p align="justify"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TQTr69sG7FI/AAAAAAAAAVk/5yMe30NxFoc/s1600/Despejo%2Bde%2Besgoto.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 190px; FLOAT: left; HEIGHT: 193px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5549820039051799634" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TQTr69sG7FI/AAAAAAAAAVk/5yMe30NxFoc/s400/Despejo%2Bde%2Besgoto.jpg" /></a>Custa caro retirar micropoluentes da água para dessedentação e outros usos mais nobres. Temos que investir muito na cultura do "peixe orgânico". Temos que zelar pela qualidade da água dos rios e dos mares onde eles se criam "naturalmente" (in situ), ou em cativeiro (ex situ). É um verdadeiro tesouro a ceu aberto!. É só ir buscar e ter algum esforço para localizar, coletar, conservar e trazer. Não é necessário desmatar. Fala-se em "boi verde" - que mesmo com todos os cuidados - causa desmatamento. Por que não falar no "peixe azul" ? Isto é, um peixe cuja coleta não "destrói" seus estoques genéticos e suas futuras gerações?. Por que o desenvolvimento sustentável só fala do que poderá acontecer com humanos? E o que será das plantas e dos animais, que nos alimentam e nos prestam uma infinidade de serviços? E o que dizer dos outros organismos? Por que as bactérias são tão odiadas? Como não reconhecer isso como um poderoso fator econômico indispensável a ser "tratado com seriedade" ? Sei que não são tarefas fáceis de serem "praticadas", e muitos motivos serão alegados. </p><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Mas com certeza, cada dia que sustentarmos posições insustentáveis e adiarmos nossas decisões mais inteligentes, estaremos também acumulando mais prejuízos futuros. Alguém vai pagar essa conta lá na frente!. É o que está acontecendo agora, porque não fizemos o dever de casa no passado.! Estamos vendo as encostas serem tomadas por construções que são verdadeiras armadilhas de morte. A ocupação - mesmo ordenada – tem que ser devidamente mapeada, e não podemos aceitar situações de alto risco. A engenharia ambiental – como o próprio nome indica – deve respeitar as exigências “ambientais”; observar a natureza, seus movimentos e ciclos. Aprender com ela. Não significa deixar de enfrentar desafios de cálculos matemáticos em áreas mais complicadas. É questão de bom senso e reconhecimento de forças poderosas, que não são as econômicas. Enquanto isso, lá no norte do mundo, a água endurecida e os ventos causam prejuízos astronômicos. E nós aqui, vamos tentando aprender como lidar com a forma líquida, livre e solta, nos rios, nas baixadas, no litoral. O mesmo nível dos mares que nos traz tanta alegria – nas praias maravilhosas do país - pode também travar o retorno rápido dos rios para o mar. E nessas horas, morar numa palafita (parapredio) pode ser uma solução “troglodita”, mas altamente oportuna, ecologicamente correta, eficiente e eficaz. Rios e marés continuarão a subir e a descer. São fenômenos naturais e necessários ao equilíbrio de forças imensas, maiores do que a nossa criatividade eventual; e todo o nosso lastro de ouro, ou de qualquer papel moeda.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-39974052017062882422010-11-22T08:08:00.000-08:002010-12-08T11:58:55.362-08:00Os cemitérios aquáticos: por que estamos matando os nossos rios?<img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 508px; DISPLAY: block; HEIGHT: 459px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5542428732250651074" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOqpkSK3-cI/AAAAAAAAAUM/CiUZMzceypM/s400/Pl%25C3%25A1stico%2Bflutuante-1.jpg" /><br /><br /><div>Roberto Rocha<br /></div><div></div><div align="justify"><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOqgj6qYYaI/AAAAAAAAAT8/ooU331cRgSE/s1600/RioZoo.%2B21%2Bout.%2B2010.%2B12.%2BGar%25C3%25A7a%2Bcaptura%2Blavadei.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 264px; FLOAT: left; HEIGHT: 179px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5542418830335697314" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOqgj6qYYaI/AAAAAAAAAT8/ooU331cRgSE/s400/RioZoo.%2B21%2Bout.%2B2010.%2B12.%2BGar%25C3%25A7a%2Bcaptura%2Blavadei.jpg" /></a> Quando leio as notícias sobre aquecimento global é muito raro que não haja, em cada uma delas, uma explicação sobre os impactos econômicos previstos ou já acontecidos. Gostaria muito que nessas oportunidades fosse enaltecida a importância protetora da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas associados. A conotação é mais voltada para os possíveis prejuízos na “produção humana” e o empobrecimento da economia. Fala-se pouco sobre os benefícios “naturais”: aqueles que não estão incluídos nos cálculos convencionais, conhecidos como bens ambientais ou bens difusos. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Embora eles possam prestar serviços relevantes à sociedade, não me parece que haja uma contrapartida - por parte dela ou o poder público – no sentido de preservá-los como algo indispensável e insubstituível. Imagine alguém falar sobre “pagar a um vegetal” por nos oferecer oxigênio? Ou “pagar aos rios e às nuvens”, por nos oferecerem água? Ridículo!? Não exatamente. Sabendo que eles – os vegetais, os rios e as nuvens, entre outros -, não têm uma conta bancária para fazermos os depósitos diários dos serviços que eles nos prestam, rigorosamente em dia. Deveríamos, ao menos, cuidar melhor deles. Mas o que vemos por aí? Rios mortos e esquecidos ao tempo, ou em suas sepulturas de concreto armado, sem direito nem mesmo de serem “redescobertos” para a retirada dos ossos. Os rios moribundos nos causam uma certa ogeriza e não costumamos fazer muita coisa por eles. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><p align="right"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOqa28Yy1mI/AAAAAAAAATU/p9W7JqXqklA/s1600/Pitu.%2BMENDANHA.%2BDEZ%2B1994.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 220px; FLOAT: left; HEIGHT: 183px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5542412560146552418" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOqa28Yy1mI/AAAAAAAAATU/p9W7JqXqklA/s400/Pitu.%2BMENDANHA.%2BDEZ%2B1994.jpg" /></a></p><div align="justify">Muita gente deseja que sejam definitivamente enterrados, para esconder a lama e abafar o cheiro. Em relação aos rios mortos, você passa em cima deles e nem sabe que ali é um cemitério aquático: sem a mata ciliar, sem lontras, sem jacarés, sem cágados, sem rãs, sem pererecas, sem peixes, sem caramujos, sem barata d`água, sem lavadeiras, sem caranquejos e pitus, e tantos outros. Muitas crianças do século XXI não conhecem um rio de verdade. Os animais então, só aqueles da TV, do zoológico, de um livro ou revista. E assim, vamos lendo as reportagens sobre as questões globais sem dar conta que estamos cercados de questões locais, tão próximas. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Não podemos parar o aquecimento global, mas podemos revitalizar um pequeno rio. Protegê-lo dos esgotos não<a href="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOqrOOAQzkI/AAAAAAAAAUc/IM1i_6YTXI8/s1600/Caranguejo.%2BMENDANHA.%2BDEZ%2B1994.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 277px; FLOAT: right; HEIGHT: 243px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5542430552198532674" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOqrOOAQzkI/AAAAAAAAAUc/IM1i_6YTXI8/s400/Caranguejo.%2BMENDANHA.%2BDEZ%2B1994.jpg" /></a> tratados. Quem mora no interior e tem um rio em sua propriedade, bem que poderia ajudar para que ele voltasse a ser o que era há 50 ou 100 anos. Quem sabe plantar as essências florestais que o seu avô falava tanto? Poderemos, de novo, tentar pegar um pitu (camarão de água doce) ou um caranguejo de rio? Cair sentado na água gelada e rir muito com as calças molhadas. Precisamos resgatar a vida natural, os hábitos saudáveis, para não correr o risco de fazer parte de uma população doentia e insana das próximas décadas, por não poder reconhecer mais a natureza em nós mesmos ou através dos nossos sentidos. O cérebro humano precisa de uma grande variedade de formas e cores para ser saudável: precisa de diversidade. Sem riqueza, corroída pela erosão genética, somos apenas uma câmera um pouco mais sofisticada, registrando a monotonia dos viciados padrões tecnológicos, imitadores da genialidade natural de Gaia. Reflita!</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-69630652425046025982010-11-21T00:27:00.000-08:002010-11-27T00:59:44.876-08:00Anfíbios ameaçados, nós também<div align="justify">Roberto Rocha </div><p align="justify"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjlGrucwQI/AAAAAAAAAS0/7g7va5JnjKo/s1600/Perereca%2B1.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 241px; FLOAT: left; HEIGHT: 171px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541931244458918146" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjlGrucwQI/AAAAAAAAAS0/7g7va5JnjKo/s400/Perereca%2B1.jpg" /></a>Existem mais de seis mil espécies de anfíbios no mundo. Esses vertebrados são popularmente conhecidos como sapos, rãs, pererecas, salamandras e cecílias e somam mais de 800 espécies no Brasil. Algumas delas foram descobertas recentemente e muitas outras permanecem desconhecidas. Pelo fato de serem, muitas vezes rotulados de nojentos e pegajosos, boa parte da população ignora os benefícios que os anfíbios nos oferecem. Por exemplo, prestam serviços sanitários relevantes ao capturar insetos e outros invertebrados que podem atuar como vetores de dezenas de doenças que afetam seres humanos e outros animais. Teríamos muito mais pessoas internadas com doenças tropicais se os anfíbios não existissem. </p><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjlGrucwQI/AAAAAAAAAS0/7g7va5JnjKo/s1600/Perereca%2B1.jpg"></a></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Se considerarmos a quantidade de inseticidas que a espécie humana já produziu (e continua produzindo), contaminando os mais diversos ecossistemas da Terra, chegaremos a números astronômicos: por que não usar inseticidas naturais - e comprovadamente eficientes - para controlar os insetos adultos? Eles já existem e não precisam ser criados por biotecnologia. A natureza já pesquisou para nós! Sapos, rãs e pererecas são biocidas especializados. Eles matam os insetos para comê-los! Com uma grande vantagem: não contaminam o solo, as águas e nem os nossos alimentos. No entanto, devido ao fato de dependerem da boa qualidade das águas para suas posturas e desenvolvimento da fase larvar (girinos), os anuros podem ser afetados devido à poluição resultante de atividades humanas, as mais diversas.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 515px; DISPLAY: block; HEIGHT: 125px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541929754635846098" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjjv9s8wdI/AAAAAAAAASs/mbGljFBdwwM/s400/%25C3%2581gua%2Be%2Besgotos.bmp" /> <div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, 2008) mostram que mais da metade das espécies de anfíbios do mundo carecem de informações mais detalhadas quanto a sua biologia. (Disponível em: http://www.iucnredlist.org/amphibians/updates_2008. Acesso em: 26 set. 2009). A notícia é preocupante porque esses animais são também indicadores vivos da qualidade dos ecossistemas úmidos e florestas, ajudando a detectar poluentes nas bacias hidrográficas, muito antes que afetem os humanos. Dessa forma a extinção dos anfíbios representa a perda de um importante aliado na conservação de vidas humanas. Se eles estão ameaçados, nós também estamos. A Comissão de Sobrevivência de Espécies (SSC) da IUCN vem solicitando o empenho de todos os pesquisadores interessados nesse grupo para tentar reverter a crítica situação atual. </div><br /><div align="justify">Muitas espécies estão sofrendo – na pele - os impactos da poluição industrial e perda de seus habitats. Algumas se distribuem em vastas áreas e estão protegidas em unidades de conservação (UCs), enquanto outras são muito raras e não estão em nenhuma área protegida, precisando de atenção urgente. Outras ainda só vivem em áreas específicas e em nenhuma outra mais. Esse fenômeno é conhecido como endemismo e cada caso precisa ser avaliado por especialistas nesse grupo zoológico. Se esses anfíbios desaparecerem perderemos também chances futuras de pesquisas importantes. Só este fato já seria um forte argumento para preservá-los. Esses recursos são nossos e existem em nosso próprio território. </div><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">ANURA </div><p align="justify"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjYittK-eI/AAAAAAAAAR8/E43YOTvh2QY/s1600/Leptodactylus%2Bocellatus.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 256px; FLOAT: left; HEIGHT: 236px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541917432375605730" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjYittK-eI/AAAAAAAAAR8/E43YOTvh2QY/s400/Leptodactylus%2Bocellatus.jpg" /></a>Entre os anfíbios brasileiros da ordem ANURA, as rãs são conhecidas pela elevado valor biológico de sua carne sendo comum a recomendação de sua ingestão para as pessoas debilitadas. A rã brasileira nativa mais caçada é a GIA ou RÃ-MANTEIGA (<em>Leptodactylus ocellatus</em>) (Foto por Cláudio Dias Timm), ainda encontrada em alguns brejos do interior, tendo quase que desaparecido da periferia das grandes cidades. Apesar de sua rica diversidade, o Brasil consome a RÃ-TOURO-GIGANTE (<em>Lithobates catesbeianus</em>) ou (<em>Rana catesbeiana</em>), uma espécie alienígena (americana do norte) criada em cativeiro e vendida congelada em supermercados mais sofisticados. A espécie tem sido encontrada também em vida livre no Brasil. Representa uma ameaça para outros anuros indígenas.<br /><br /><br /></p><div align="justify"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjZ5fp4jyI/AAAAAAAAASE/F8jO44dtt9s/s1600/Rhinella%2Bmarina.%2BFoto%2BPSB.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 215px; FLOAT: right; HEIGHT: 145px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541918923252338466" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjZ5fp4jyI/AAAAAAAAASE/F8jO44dtt9s/s400/Rhinella%2Bmarina.%2BFoto%2BPSB.jpg" /></a><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify">Já o sapo mais famoso do Brasil é o CURURU ou SAPO-BOI. Esse grande bufonídeo é conhecido cientificamente pelos sinônimos (<em>Bufo marinus</em>) ou (<em>Chaunus marinus</em>) ou (<em>Rhinella marina</em>) (Foto por Paulo S. Bernarde). Não é raro surpreendê-lo sob algum poste de luz forte, a espera de besouros e outros insetos, que ele come com avidez. Tem causado alguns transtornos como espécie invasora em outros países onde foi introduzido, por exemplo, na Austrália. </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOja67zrcgI/AAAAAAAAASM/OXWS3Sp6FwQ/s1600/Adelphobates%2Bventrimaculatus.%2BFoto%2Bpor%2BPaulo%2BS.%2BBernarde.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 121px; FLOAT: left; HEIGHT: 182px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541920047501111810" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOja67zrcgI/AAAAAAAAASM/OXWS3Sp6FwQ/s400/Adelphobates%2Bventrimaculatus.%2BFoto%2Bpor%2BPaulo%2BS.%2BBernarde.jpg" /></a> </div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Entre os anfíbios menores destacam-se as pererecas, geralmente de cor esverdeada e hábitos arborícolas. No entanto, algumas espécies preferem o piso das florestas como é o caso de <em>Adelphobates</em>, um dendrobatídeo amazônico (Foto por Paulo S. Bernarde), cujas cores de advertência não estimulam a sua captura por predadores naturais. </div><br /><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><p><br /></p><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">URODELOS </div><br /><p>Salamandras são espécies da ordem dos URODELOS (CAUDATA) com hábitos aquáticos ou terrestres. A espécie brasileira é terrestre, da família Plethodontidae. </p><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 329px; DISPLAY: block; HEIGHT: 149px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541921084820260274" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjb3UH1hbI/AAAAAAAAASU/me2XSpQpIS4/s400/Bolitoglossa%2Bparaensis.jpg" /><br /><p align="justify">Seus indivíduos respiram pela pele e não possuem pulmões. Não há forma larvar e os indivíduos desenvolvem-se a partir de “miniaturas” dos adultos. O gênero <em>Bolitoglossa</em> (Foto por Paulo S. Bernarde) está atualmente representado por uma única espécie amazônica no Brasil, mas é muito provável que novas descobertas venham aumentar esse número nos próximos anos. </p><p align="justify"></p><p align="justify">GYMNOPHIONA<br /></p><br /><p align="justify">Cecílias são anfíbios da ordem GYMNOPHIONA de hábitos fossoriais, pouco conhecidos da ciência. Não possuem membros e, a primeira vista, parecem um grande verme (Foto por Paulo S. Bernarde). Alimentam-se de minhocas, cupins e larvas. Existem cecílias ovíparas cujas fêmeas cuidam dos ovos e outras são vivíparas. Vivemos a fase inicial de nossa vida dentro de uma bolsa líquida, como anfíbios dependentes da água. Somos um pouco parecidos com eles nesse aspecto e, se estão ameaçados, também nós devemos nos preocupar com o destino dessas incríveis criaturas.</p><div align="justify"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 428px; DISPLAY: block; HEIGHT: 315px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541923683403174354" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjeOkmSEdI/AAAAAAAAASc/tL7TaPDlbAs/s400/Caecillia%2Bsp.%2BFoto%2Bpor%2BPaulo%2BS.%2BBernarde.jpg" /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1011402784828238296.post-11825247405427432802010-11-20T22:30:00.000-08:002010-11-27T01:01:06.316-08:00O pré-socrático Thales: a água como elemento primordial<div align="justify"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjC-Ab1sFI/AAAAAAAAAQk/GmKcCScK6-M/s1600/0.jpg"></a><a href="http://2.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjA3VFOVJI/AAAAAAAAAQU/1yEbvALPgDk/s1600/waterlg.gif"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 430px; DISPLAY: block; HEIGHT: 176px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541891398263788690" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjA3VFOVJI/AAAAAAAAAQU/1yEbvALPgDk/s400/waterlg.gif" /></a> Roberto Rocha<br /><br /><div align="justify">Se voltarmos na história, vamos nos deparar com um incrível filósofo que falava de física alguns séculos antes do nascimento de Cristo. Esse “fisicalista” tentava conceber o mundo a partir de um elemento natural muito conhecido, substância simples e ao mesmo tempo tão necessária: a água. </div><div align="justify"><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjBuSTsdQI/AAAAAAAAAQc/FBpzMJQf6bE/s1600/Tales%2Bde%2BMileto.bmp"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 119px; FLOAT: left; HEIGHT: 143px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541892342411982082" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjBuSTsdQI/AAAAAAAAAQc/FBpzMJQf6bE/s400/Tales%2Bde%2BMileto.bmp" /></a>O pensador Thales foi um dos sete sábios da Grécia e dominava conhecimentos importantes aprendidos na Babilônia: astronomia e meteorologia, o que lhe permitiu destacada atuação na agricultura, conforme contam as conversas da época, nem todas acompanhadas de uma razoável credibilidade. Valorizou a importância da água, num tempo onde ela era pura no mundo hidrosférico, ainda sem revolução industrial. A água seria o princípio de todo o universo. Sua capacidade de mutação, ora nas nuvens, ora num rio, ou mesmo compondo o nosso corpo, faria dela um elemento mágico.<br />Depois de muitos séculos, estamos vivendo um momento crítico que nos faz lembrar de Thales, que dizia: “tudo é um”, e a razão é uma extensão da natureza. Muito incrível esta afirmação! Com base nesta genial sacada, devemos considerar seriamente tudo o que estiver envolvendo a água na atual cultura consumista globalizada, já que ela pode estar em diferentes locais de uma hora para outra. </div><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Seu valor econômico passa a ser estratégico num sistema competitivo com o qual infelizmente fomos forjados. É possível que, de modo equivocado, muita gente pretenda entender a natureza como competitiva também. Não é verdade! A natureza é cooperativa. Ela é inteligente. Quem é inteligente sabe valorizar as forças que o cercam e as usa de modo adequado para a causa principal: a evolução. Como seres vivos que somos, como ambiente que somos, não podemos compreender a água como apenas um elemento isolado, como uma “coisa” a ser apropriada num momento “x” da produção e depois, ser descartada sem maiores cuidados e preocupações com o seu futuro. Parece estranho falar de saúde da água? </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjFhVGoPOI/AAAAAAAAAQ8/5U5CCT8G_kE/s1600/Sud%25C3%25A3o.%2BTubos%2Bpl%25C3%25A1sticos%2Bpara%2Bretirar%2B%25C3%25A1gua%2Batrav%25C3%25A9s%2Bde%2Btubos%2Bpl%25C3%25A1sticos%2Bcom%2Bfiltros%2Bpara%2Bevitar%2Bverminoses.%2BEficiencia%2B70%2525.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 306px; FLOAT: left; HEIGHT: 186px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541896517870697698" border="0" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjFhVGoPOI/AAAAAAAAAQ8/5U5CCT8G_kE/s400/Sud%25C3%25A3o.%2BTubos%2Bpl%25C3%25A1sticos%2Bpara%2Bretirar%2B%25C3%25A1gua%2Batrav%25C3%25A9s%2Bde%2Btubos%2Bpl%25C3%25A1sticos%2Bcom%2Bfiltros%2Bpara%2Bevitar%2Bverminoses.%2BEficiencia%2B70%2525.jpg" /></a>Ou melhor qualidade da água? De sua disponibilidade natural? Sabemos muitas coisas sobre potabilidade e balneabilidade: mas apenas para os humanos? Na praia vemos a placa: PROPRIA! Ou então: IMPRÓPRIA!. Para quem? Para os peixes? Para os moluscos? Para os crustáceos? Para os equinodermos (estrela-do-mar)? Para os celenterados (água-viva)? Continuamos a cultivar o antropocentrismo da idade moderna. Somos o centro. Tudo deve girar em torno do homem. Nossa população passou dos limites naturais e agora invadiu as terras de todo o planeta. Cada povo, em suas conquistas e explorações, costuma levar com ele as espécies com as quais está familiarizado e com isso introduz criaturas exóticas onde elas não deveriam estar. Espécies nativas são exterminadas ou suas populações sofrem baixas irrecuperáveis. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div></div><div align="justify"></div><div align="justify">Outras são rapidamente substituídas por convicção econômica. Perdemos insubstituíveis genomas. Estamos perdendo agora a estabilidade físico-química das bacias hidrográficas e das águas subterrâneas. O mundo quer água. Precisa dela, urgentemente. Rinocerontes africanos estão sendo translocados de um lugar para outro, para não morrerem de sede em suas áreas naturais. Uma em cada cinco lavadeiras (ordem Odonata, Insecta) na região do Mediterrâneo está ameaçada por escassez de água. Para onde foi a água? Os animais estão precisando de água: os selvagens. Eles não geram lucros rápidos e ficam em segundo plano no atendimento, dependentes de verbas governamentais, da atenção política para o seu papel ecológico num mundo de homens e corporações que se expandem cada vez mais. Preocupante a informação que anuncia a quebra da barreira dos nove bilhões de humanos no planeta, por volta de 2050. Somos eficientes armazenadores de água circulando por aí, como mini-oceanos ambulantes hipossalinos. Precisamos parar para pensar como hidratar tanta gente, com a insubstituível água. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><p align="justify"><a style="MARGIN-LEFT: 1em; MARGIN-RIGHT: 1em" href="http://4.bp.blogspot.com/_s6pBc6aJ_bg/SvDL_eIsQ_I/AAAAAAAAAGA/zid-EvWrFIs/s1600-h/100_0435.JPG" imageanchor="1"></a><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 483px; DISPLAY: block; HEIGHT: 111px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541900610867658274" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjJPktJfiI/AAAAAAAAARc/Xa9HrtdL1oE/s400/%25C3%2581gua%2Be%2Bsa%25C3%25BAde.%2BOMS.bmp" /> Uma pessoa adulta de 70 quilos retém em seu corpo cerca de 40 litros de água durante sua vida, até que morra. Quando isso ocorre, a água é outra vez liberada para retornar ao ecossistema. É possível que uma boa parte se infiltre no solo. Outra parte dela deverá compor o corpo dos decompositores e demais organismos associados a eles que vão se multiplicar a partir da matéria sem vida. Isso tudo sem contar a água que vai para a atmosfera.Se imaginarmos que o mundo fosse constituído somente por humanos com 70 kg de peso, nós estaríamos retendo - em 2050 -, cerca de 360.000.000.000 (trezentos e sessenta bilhões de litros de água). Isso, sem contar a água usada para banho do corpo, escovação dos dentes e lavagem da boca, lavagem de alimentos, cocção de alimentos, lavagem de roupa, descarga de banheiro sanitário, lavagem de carros, lavagem de calçadas, cuidados com plantas e jardins (as plantas também retêm água) e tantos outros usos. Nos oceanos flutua uma infinita quantidade de seres microscópicos cujos corpos não são visíveis aos nossos olhos. Se pudéssemos vê-los teríamos a sensação de uma mancha de vida quase que contínua em vez de ondas de “água”. </p><div align="justify"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjGTOYxN_I/AAAAAAAAARE/L22x3uiaM9E/s1600/16-02-2007b.bmp"></a></div><div align="justify"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjGTOYxN_I/AAAAAAAAARE/L22x3uiaM9E/s1600/16-02-2007b.bmp"></a></div><div align="justify"></div><div align="justify">A produção de alimentos é também um imenso sumidouro de água. Considerando que a pecuária brasileira representa hoje um dos pilares do nosso desenvolvimento econômico, resta-nos não descuidar das nossas bacias hidrográficas A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) elaborou um folder (dezembro de 2005) que ajuda um “fazendeiro” a estimar o consumo de água com humanos, suínos, aves e bovinos numa propriedade rural. Por exemplo, cada humano consome cerca de 180 litros de água por dia em suas rotinas mais comuns. Se numa fazenda trabalharem 50 pessoas, elas gastarão cerca de 9.000 (nove mil) litros de água num só dia. Um bovino de corte com 566 kg gastará 46 litros de água por dia. Isso significa que num plantel com 5.000 bovinos, eles consumirão cerca de 230.000 (duzentos e trinta mil) litros de água a cada dia. Cada vaca em lactação, por sua vez, consome muito mais, exigindo cerca de 62 litros de água por dia. Suínos entre 157 e 230 dias consomem 20 litros, diariamente. Nesses cálculos não foi incluída a água usada para a lavagem das instalações. Entenda que, na maioria dos casos, são necessários alguns meses até que o produto final chegue ao consumidor. Enquanto isso, haja água... </div><div align="justify"><br /><a href="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjIR4QHVPI/AAAAAAAAARU/0uE1CXEXljc/s1600/Inspe%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 367px; FLOAT: left; HEIGHT: 284px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541899550962701554" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjIR4QHVPI/AAAAAAAAARU/0uE1CXEXljc/s400/Inspe%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" /></a>Cada quilo do que chamamos de carne representa “um pacote” de água com alguns nutrientes organizados geneticamente. O Brasil é um grande exportador de água para os países onde ela começa a ficar escassa. É um de nossos grandes trunfos econômicos: o nosso ouro líquido. Não precisamos usar nenhuma tecnologia mais sofisticada para chegar até ela. Basta se abaixar e beber. Basta encaminhá-la para onde desejamos.</div><div align="justify">A questão principal é que a água, assim como os demais componentes de qualquer ecossistema, precisa ser cuidadosamente monitorada, de modo a não desviá-la para propósitos exclusivamente econômicos, causando desequilíbrios irrecuperáveis à saúde ambiental. A água que vive aprisionada em todos os seres do mundo, unicelulares e pluricelulares, representa um recurso estratégico incomensurável. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Nós somos água, gostando ou não da idéia. É meio estranho saber que quando estamos sentados numa cadeira de executivo, determinando a vida e a morte, através de nossas decisões rotineiras, sejamos tão líquidos e tão descartáveis. Tão logo acaba a troca gasosa, o nosso código genético deixa de ter o controle de nossa estrutura corpórea organizada e nós nos desmantelamos nas partes que devem voltar para cada um dos reservatórios do planeta. O Ganges que o diga... </div><br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 534px; DISPLAY: block; HEIGHT: 171px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5541903067937546754" border="0" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_VhYM3bTgEug/TOjLemAQogI/AAAAAAAAAR0/L0LZrbKwMzU/s400/Ganges.bmp" /> <div align="justify"></div><div align="justify">Numa bactéria, numa planta, numa nuvem ou num rio, vamos continuar nossa missão ecossistêmica; disfarçados e irreconhecíveis. Fomos educados e condicionados a ver água como um bem líquido que nós apenas usamos ou pagamos para que chegue até as nossas casas, sem considerar qualquer conotação pessoal. Thales estava certo: a água é a razão de tudo! Precisamos “beber” o corpo de alguém, todos os dias para viver. Talvez, se pensarmos dessa forma, quem sabe nós tenhamos um maior cuidado com o que restou de nossos antepassados? </div>Unknownnoreply@blogger.com0